Tite explica escolha por Daniel Alves e minimiza críticas sobre convocação do lateral “Não vim para agradar quem está nas mídias sociais”, frisou o treinador, após definir os 26 selecionados para a Copa do Catar
Dos 26 convocados pelo técnico Tite para representarem o Brasil na Copa do Mundo de 2022, no Catar, o lateral-direito Daniel Alves foi o nome que mais repercutiu.
Em má fase no Pumas, do México, o jogador, que está mantendo a forma física no time B do Barcelona, na Espanha, vai para o seu terceiro mundial, somando as participações de 2010 e 2014.
A presença do atleta de 39 anos foi criticada por alguns torcedores nas redes sociais. Situação minimizada pelo treinador.
“Não vim para agradar quem está nas mídias sociais. Não sei qual percentual é este público em relação ao povo brasileiro. Respeito opiniões divergentes e não estou aqui para convencer a todos.
Não tenho essa pretensão. Só quero passar dados para que as pessoas façam suas análises e democraticamente criem sua opinião”, afirmou, indicando os motivos que levaram a optar pelo jogador.
“O critério para levá-lo é o mesmo de todos. Ele premia qualidade técnica individual, o aspecto físico e mental. Os laterais não vão trabalhar como pontas, mas sim como construtores (por dentro).
A qualidade dele é impressionante para ser um articulador”, detalhou. Daniel se tornou o brasileiro mais velho a ser convocado para uma Copa, superando Djalma Santos, chamado em 1966, aos 37 anos, e de Thiago Silva, também no grupo de 2022, aos 38.
O preparador físico da seleção, Fábio Mahseredjian, também destacou a confiança na capacidade física de Daniel, cortado em 2018 por lesão.
“Ele não estava na convocação de setembro por conta de problemas físicos. Estava com baixos níveis de potência e força. Dissemos que ele precisaria melhorar nisso. Ele respondeu: ‘missão dada, missão cumprida’. Observamos dois dias de treinamento dele na Espanha e ele mostrou grande evolução nesses quesitos.
Os números nos deram segurança neste aspecto. Esse Daniel Alves de hoje é o mesmo que veio conosco em todo o ano de 2022. O mesmo da Olimpíada de 2021. Fisicamente, ele está apto a participar (da Copa)”.
Variações táticas
O Brasil tem dois cenários para iniciar a Copa quanto à postura tática. No primeiro, Paquetá pode funcionar como segundo homem de meio-campo, tendo Neymar mais centralizado e um trio de ataque com Vinícius Júnior, Raphinha e Richarlison. No outro, o camisa 10 é deslocado para o lado esquerdo e Vini perderia a vaga para um homem de maior marcação, podendo ser Fred ou Bruno Guimarães, protegidos por Casemiro na cabeça de área.
“Das duas formas a equipe se consolidou e adquiriu confiança. É preciso ver o que o adversário impõe, para usar uma ou outra escalação.
Na defesa, temos jogadores versáteis. Danilo joga de zagueiro e pode fazer a função como lateral. O Militão, também. Quatro aspectos são fundamentais: o mais importante é a qualidade técnica.
Tem ainda a parte física, tática e mental. Atletas de alto nível trabalham sob pressão. Tem um ditado que diz que técnico do Brasil é condenado a vencer. Tu trabalha com essa pressão”, ressaltou.