Sobe para 41 o número de casos de agulhadas no Carnaval 2020 em Pernambuco
A maior parte das vítimas de agulhadas no Carnaval são mulheres
Até o último domingo (23), 41 casos de pessoas que alegam terem sido furadas por agulhas durante o Carnaval em Olinda, no Recife e no município de Orobó, no Agreste pernambucano, foram notificados. A informação é do novo boletim emitido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Das vítimas, a maior parte (25) são mulheres.
Dos pacientes que realizaram triagem no Hospital Correia Picanço, referência estadual em doenças infecto-contagiosas, 33 realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo HIV e outras infecções. Os demais, de acordo com a SES, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), e, consequentemente, o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início do tratamento. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.
Os pacientes também foram orientados a realizarem o monitoramento permanente de possíveis infecções no próprio Hospital Correia Picanço, ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE) dos municípios de São Lourenço da Mata (Hospital e Maternidade Petronila Campos); Caruaru (UPA Vassoral), Pesqueira (Hospital Dr. Lídio Paraíba) e Serra Talhada (Hospital Professor Agamenon Magalhães – Hospam). Além disso, as vítimas foram orientadas a procurar as autoridades policiais para registrar Boletim de Ocorrência.
O número de pessoas afetadas, no entanto, deve ser maior do que o divulgado até o momento. A reportagem esteve no Correia Picanço na manhã desta segunda-feira (24) e encontrou cinco novos pacientes com relatos semelhantes. A maioria foi vítima de agulhada em Olinda, no Grande Recife.
Ano passado, ainda de acordo com a SES, cerca de 300 pessoas deram entrada no Hospital Correia Picanço alegando terem sido furadas por seringas durante os festejos de Momo. Não houve casos positivos relacionados a este evento, afirma a secretaria.
SEGURANÇA
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que recebeu 25 denúncias de pessoas que relataram terem sido picadas ou sentido alguma pontada causada por objeto perfurocortante. Dez denúncias ocorreram no sábado (22) e 15 foram feitas no domingo (23). “A PCPE instaurou inquérito e está apurando os fatos”, diz a nota, que também afirma não existir motivo para pânico.
“No ano passado, de todos os casos relatados ao Hospital Correia Picanço, apenas duas pessoas se prontificaram a prestar depoimentos à Polícia. Retratos falados foram feitos, diligências, análise de imagens, mas os inquéritos não identificaram suspeitos devido à ausência de elementos, assim como uma possível motivação para essas ações”, diz o comunicado.