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Sindaçúcar-PE doa álcool 70% ao Governo de Pernambuco

 Sindaçúcar-PE doa álcool 70% ao Governo de Pernambuco
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Para ajudar no combate à disseminação do Covid-19 em Pernambuco, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), com o aval do governo do Estado, vai doar 55 mil litros de álcool 70% para suprir a demanda do executivo estadual. Das 12 usinas de Pernambuco, 11 produtoras do álcool nesse percentual se uniram para participar da ação emergencial.

“Desde 2002, quando a Anvisa proibiu a comercialização do álcool líquido nas prateleiras dos supermercados, ela passou somente a autorizar a forma em gel do produto, o que aumenta o custo final. Nessa pandemia, junto com o governo estadual, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Fazenda, fomos informados da necessidade de 55 mil litros do álcool nesse percentual e visando atuar na profilaxia dessa pandemia, estamos vencendo a burocracia para disponibilizar o produto”, revela o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha. De acordo com ele, a forma líquida do produto será destinada diretamente ao governo estadual que ficará responsável pelo envaze e distribuição do produto para os setores mais necessitados, como os hospitais, por exemplo.

Se de um lado governo pode contar com a solidariedade do setor sucroalcooleiro, no da população, a versão permitida pela Anvisa para comercialização tem se tornado, embora essencial, artigo de luxo. Nas grandes redes farmacêuticas, o produto está a todo momento em falta por conta da alta procura. Por isso, em resolução inédita, nesta semana, a Anvisa liberou que as farmácias de manipulação a autorização para produzir e expor para venda a versão em gel do produto que é comprovadamente eficaz na profilaxia contra o Covid-19.

Porém, nem essa ação tem dado conta da alta demanda pelo álcool. “As farmácias de manipulação não têm condições de dá conta do mercado. Elas não são indústrias para fazer e armazenar quantidades enormes do produto”, explica a presidente do Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de Pernambuco (Sinfarpe), Veridiana Ribeiro.

Por conta da resolução, a rede de manipulação que atua no bairro do Cordeiro, Definitiva, só nesta semana, ampliou o faturamento bruto em 15% em relação as vendas normais da semana. “O estoque da maioria das empresas já se esgotou pois em relação as farmácias comerciais, as de manipulação não têm estoque suficiente para atender tantos clientes”, revela a farmacêutica e proprietária da Definitiva, Renata Martins.

E justamente por conta da capacidade baixa de produção, na A Fórmula Recife, a permissão de comercializar produto não tem muito impacto no faturamento da farmácia. ” A venda do álcool em gel a 70% não representa incremento considerável no nosso faturamento devido à nossa menor capacidade de produção comparado a indústria. Porém, já conseguimos atender cerca de 900 clientes em uma semana em nossas seis unidades”, afirma José Andrade Neto, proprietário da empresa. Ele completa dizendo que para suprir a demanda, a partir do começo de abril deve ampliar a capacidade de produção.

Preço

E justamente por não ter uma capacidade grande instalada, os preços dos produtos em farmácias desse tipo não são os mais atrativos. Uma embalagem de 100 ml e 200 ml, por exemplo na Definitiva, saem por R$10 e R$20.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco, Aldo César Passilongo, o processo de produção de uma farmácia de manipulação é artesanal, diferente das indústrias. “A matéria-prima para produzir o produto está em escassez, ou seja, mais cara. Associado isso a capacidade de produção dessas empresas que é pequena, o custo é alto, o que reflete no preço final”, comenta Passilongo.

Ele ressalta, contudo, que tão mais sério quanto o preço do produto, que caso esteja muito fora da realidade tem como ser denunciado aos órgãos de fiscalização, como o Procon, é a qualidade do produto. “O processo produtivo não é tão simples. Não e só misturar o álcool com água. Há um controle de qualidade sério nesses estabelecimentos, pois se não tiver, o produto não tem eficiência. Pois ele só será eficiente eliminando bactérias e vírus se tiver a graduação alcoólica de 70%, caso contrário, ele não servirá de nada”, conclui.

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