Secretaria de Saúde de Pernambuco investiga casos de agulhadas no Carnaval 2020
Em relatos feitos na redes sociais, uma das vítimas contou que foi agredida, quando brincava em Olinda. Ela diz que procurou atendimento e foi medicada com um coquetel para evitar contaminação de doenças sexuais
Fonte: JC Online
A Secretaria Estadual de Saúde está apurando a ocorrência de possíveis casos de foliões agredidos por agulhas de seringa durante o Carnaval deste ano. Até a manhã deste domingo (23), o Hospital Correia Picanço, na Zona Norte do Recife, havia recebido cinco ocorrências de vítimas que sofreram a agressão no sábado (22).
Das cinco vítimas que procuraram a unidade de saúde, três disseram ter sido agredidas em Olinda e duas no Recife, durante o desfile do Galo da Madrugada. Uma das pessoas atacadas no percurso do bloco contou que a agressão aconteceu na altura da Avenida Dantas Barreto, por volta das 17h40, já no fim do desfile, segundo a vítima.
Ouça 2 depoimentos. Vozes foram distorcidas a pedido das vítimas
“Estava em grupo com minha família quando senti uma picada de leve na minha coxa e não dei crédito na hora. Passei a mão no local e até olhei para o indivíduo (agressor). Tentei avisar a ele que alguma coisa que ele segurava estava machucando as pessoas, mas não dei crédito, passei a mão e prossegui”, conta a vítima, que pediu para não ser identificada.
Entre os casos de agressão ocorridos em Olinda, uma das vítimas contou que sentiu a furada quando passava pela Travessa João Alfredo, na Cidade Alta, também por volta das 18h do sábado (22). A vítima diz ter sentido uma picada no ombro direito. Ela não conseguiu identificar o possível agressor e também não chegou a procurar as autoridades policiais nem o posto médico instalado nos focos de folia.
Apenas no dia seguinte, neste domingo (23), ela resolveu procurar o Hospital Correia Picanço, após ver outros relatos de vítimas na internet. “Quando foi hoje, eu vi relatos nas redes sociais de outras pessoas que teriam sido vítimas, e decidi vir para cá para fazer exames. A reação foi só na hora da picada. Depois, não senti nada”, disse.
Em relatos feitos na redes sociais, uma das vítimas contou que foi agredida quando brincava em Olinda. Ela diz que procurou atendimento e foi medicada com um coquetel para evitar contaminação de doenças sexuais. Na postagem, ela não informa a unidade em que foi atendida.
Funcionários do Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, informaram que também uma criança foi levada à unidade, com suspeita de ter sido vítima de agulhada, mas o caso teria sido encaminhado ao Imip, na área central do Recife, pela paciente ser menor de idade.
Em nota, divulgada no início da manhã deste domingo, a Secretaria de Defesa Social informou que, até aquele momento, nenhuma queixa havia sido prestada em relação a esse tipo de agressão. Uma equipe de policiais civis, no entanto, foi enviada para a unidade de saúde, com o objetivo de ouvir o depoimento das vítimas e registrar os boletins de ocorrência.
CARNAVAL 2019
No Carnaval do ano passado, houve registro de mais uma centena de casos de vítimas de agulhadas, em Olinda e Recife. Um inquérito policial foi aberto e, com base no depoimento das vítimas, a polícia fez o retrato falados de possíveis suspeitos.
Em relação ao inquérito aberto no ano passado, a SDS informou que as investigações continuam a cargo da Delegacia do Rio Branco, no Bairro do Recife, mas até o momento ninguém identificou os retratos falados.