Cadastrado por
Às vésperas de lançar o programa Juntos pela Segurança, em substituição ao Pacto pela Vida, o governo de Pernambuco vem realizando estudos e mudando estratégias para tentar reduzir os assassinatos.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) decidiu aumentar os esforços para solucionar os crimes de tentativa de homicídio. A medida está sendo tomada porque observou-se que muitas das pessoas que sobreviviam aos atentados sofriam novos ataques e acabavam morrendo.
“Fizemos um estudo no município do Cabo de Santo Agostinho, no começo do ano, e observamos uma correlação. Percebemos que essas vítimas de tentativa de homicídio voltavam a ser alvo de violência. O aumento da taxa de resolutividade dos inquéritos conseguiu reduzir o número de mortes na cidade”, disse a secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha.
“Vamos continuar os estudos pelo Estado para entender se há mesmo uma correlação nesses crimes. Hoje, a taxa de resolutividade dos homicídios no Estado é, em média, de 67%. Mas a taxa das tentativas de homicídio é baixa. A gente está com foco nisso, esperando em breve ter números melhorados”, completou.
Ao todo, 3.418 pessoas foram assassinadas em Pernambuco no ano passado. Segundo a SDS, 70% dessas mortes tiveram como motivação as atividades criminais – basicamente o possível envolvimento das vítimas com o tráfico de drogas.
500 PESSOAS BALEADAS EM 3 MESES NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, 500 pessoas foram baleadas na Região Metropolitana do Recife (RMR) nos três primeiros meses de 2023. Desse total, 369 morreram e 131 ficaram feridas.
No mesmo período de 2022, foram 535 pessoas atingidas por tiros. No total, 355 morreram e 180 ficaram feridas.
“O Fogo Cruzado mapeia a violência armada na RMR há cinco anos. Nesse período identificou que há um padrão nos homicídios e tentativas: os tiros têm alvo certo. Geralmente esses crimes têm relação com acertos de contas e disputas relacionadas ao tráfico de drogas”, pontuou Ana Maria Franca, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco.
“A investigação desses crimes é importante e dados como os do Fogo Cruzado podem contribuir como insumo para formulação de políticas públicas de prevenção desses crimes. Por mais que uma bala tenha um alvo certo, não é incomum que atinja outras vítimas, colocando todos ao redor em risco. Por isso evitar que eles aconteçam é uma estratégia de proteção da população”, afirmou.
O programa estadual Juntos pela Segurança será lançado ainda este mês. A sociedade também será convocada a apresentar ideias para combater a violência. Um site será disponibilizado para isso.