Reforma eleitoral: Coligações partidárias não serão aprovadas no Senado
Deputados que se animaram com a aprovação da volta das coligações partidárias para as eleições de renovação dos seus mandatos, ano que vem, que caiam na real: falando com empresários num encontro em São Paulo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o Senado não aceitará as mudanças nas regras eleitorais aprovadas pela Câmara. Também não pretende levar adiante o novo código eleitoral, em análise pelos deputados.
Deve segurar o projeto, se a Câmara conseguir mandá-lo à Casa, para que não seja possível aplicar qualquer nova regra nas eleições de 2022 — outubro é o limite para qualquer alteração. Pacheco sofre pressões para se mostrar efetivamente como candidato à sucessão de Jair Bolsonaro. Primeiro, porém, deve trocar o DEM pelo PSD de Kassab em outubro. No mês seguinte, as prévias do PSDB também serão importantes para definir os próximos movimentos.
No calendário político-eleitoral, há ainda dois momentos-chave para a definição de alianças: outubro, prazo que vai ditar as normas da disputa; e abril, a “janela” que permite que deputados mudem de partido. Enquanto isso, a avaliação dos que gostariam de ver o senador na arena é que há espaço para crescer e que boa parte dos eleitores está fora do campo dividido entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
Essas análises levam em conta ainda a alta taxa de abstenção das últimas eleições. A corrida até as urnas — eletrônicas — é longa, mas Pacheco entrou na pista. Pacheco passou dois dias em São Paulo na semana passada e, ao lado do presidente do PSD, Gilberto Kassab, teve encontros com políticos, advogados, empresários, médicos e representantes do agronegócio.
Deixou boa impressão, sobretudo com a decisão que se seguiu a essas conversas — a rejeição do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, apresentado por Jair Bolsonaro. Na avaliação de alguns desses interlocutores, o senador mostrou que sabe exercer a autoridade, pré-requisito para um candidato ao Planalto.