Professores de universidades e institutos federais entraram em greve
Com a sinalização do governo federal de que não haverá reajuste salarial para este ano, professores e professoras de universidades, escolas e institutos federais de várias regiões do país, iniciaram o período de greve, nesta segunda-feira (15). Eles aderem aos movimentos já iniciados por servidores técnico-administrativos em educação, que estão em greve desde o dia 11 de março.
A principal reinvindicação dos docentes é com relação ao reajuste salarial de 22% – dividido em três parcelas iguais de 7,06% para os exercícios financeiros de 2024, 2025 e 2026. Entretanto, a proposta que chegou a ser apresentada pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, era de de um reajuste de 4,5% em 2025 e de outros 4,5% em 2026, somados aos 9% já concedidos em 2023.
A oferta dos dois reajustes de 4,5% para os próximos anos foi rejeitada pelos servidores. Por nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que está empregando todos os esforços para buscar alternativas de “valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias”.
“No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos), e da mesa setorial que trata de condições de trabalho”, concluiu o MEC.
SITUAÇÃO EM PERNAMBUCO
De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-RN), entre as 67 instituições ligadas a entidade, 41 estão mobilizadas de alguma forma para aderir à paralisação.
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), cujo o início do semestre letivo 2024.1 ocorre nessa segunda-feira, no campus Recife, segue com aulas normais até esta quarta-feira (17), data em que a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) irá realizar uma Assembleia Geral Extraordinária, às 10h, para decidir sobre a deflagração de greve da categoria.
“A base da UFPE está bem dividida entre apoiar a greve e não apoiar. Não temos como ter um prognóstico agora do que será a assembleia na quarta-feira. O que temos feito é acompanhar as negociações no governo, que ora avançam, ora retrocedem. Por exemplo, não existe a garantia de um aumento significativo para o professor hoje. Estamos numa posição de expectativa com relação a progressão da carreira, a questão dos auxílios (alimentação, saúde e creche) que estão sendo negociados”, explicou a presidenta da Adufepe, professora Maria Teresa Lopes, em entrevista à coluna Enem e Educação.
Já a Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe), segue com o indicativo de greve, porém sem data para deliberar se haverá a deflagração ou não. Segundo a Aduferpe, ainda será definida a data de convocação da assembleia geral para tratar do assunto. Enquanto isso, as aulas seguem normais na UFRPE.
As aulas na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) também seguem mantidas normalmente nesta semana. O SindUnivasf – Seção Sindical dos Docentes da Univasf – informou que na próxima quinta-feira (18), os docentes vão se reunir para decidir se irão aderir ou não a greve a partir do dia 22 de abril. “A decisão da assembleia docente será comunicada ainda na noite do dia 18 de abril”, informou o sindicato.
Sobre a situação da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), os professores e professoras estão em estado greve. Na semana passada, após a realização de uma Assembleia Geral, o Sindufape afirmou que a categoria permanece mobilizada pelas pautas em reivindicação, mas que isso não indicaria necessariamente uma data para a deflagração de greve.
Instituições em greve a partir de 15 abril
– Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG);
– Instituto Federal do Piauí (IFPI);
– Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB);
– Universidade Federal de Brasília (UnB);
– Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF);
– Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP);
– Universidade Federal de Pelotas (UFPel);
– Universidade Federal de Viçosa (UFV);
– Universidade Federal do Cariri (UFCA);
– Universidade Federal do Ceará (UFC);
– Universidade Federal do Espírito Santo (UFES);
– Universidade Federal do Maranhão (UFMA);
– Universidade Federal do Pará (UFPA);
– Universidade Federal do Paraná (UFPR);
– Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB);
– Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);
– Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR);
– Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Instituições com indicativo de greve
– Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ);
– Instituto federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão;
– Universidade Federal de Sergipe (UFS);
– Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
– Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA);
Com indicativo de greve aprovada sem data de deflagração
– Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI);
– Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
– Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
– Universidade Federal do Piauí (UFPI);
– Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB);
– Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE);
– Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Em estado de greve
– Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD);
– Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ);
– Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);
– Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ);
– Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
– Universidade Federal do Pampa (Unipampa);
– Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA);
– Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).