Por que Juscelino Filho ainda é o ministro das Comunicações?
Filho do ex-deputado estadual Juscelino Rezende e sobrinho da ex-prefeita de Santa Inês, Vianey Bringel.
Juscelino Filho se tornou uma fonte de transtorno para o governo federal.
Indicado ao União Brasil em troca de apoio (ainda incerto) no Congresso, o (ainda) ministro das Comunicações protagoniza uma série de episódios que deveriam tornar sua permanência no cargo insustentável.
Um deles é o montante de diárias recebidas pelos dias sem agenda em que viajou para o exterior e cidades como São Paulo e São Luís, a capital do seu estado, o Maranhão.
Em uma dessas viagens, para a capital paulista, ele recebeu R$ 3 mil em diárias para quatro dias, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. Ele viajou em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e, chegando lá, participou de leilões de cavalo no fim de semana.
Detalhe é que, pouco depois, foi revelado que ele omitiu em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral a posse de cavalos de raça avaliados em R$ 2,2 milhões.
Mais suspeitas ainda são as emendas parlamentares destinadas em seus tempos de deputado para empresas investigadas pela Polícia Federal – algumas delas envolvidas em suspeitas envolvendo a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
Uma das empresas beneficiadas, a Engefort, recebeu R$ 22,8 milhões em contratos. Trata-se da mesma empresa que dominou licitações da estatal em 2021 vencendo a concorrência de empresas de fachada.
Seria ótimo que o ministro viesse a público explicar as razões para priorizar tal empresa.
O deputado beneficiado também já enviou emendas para pavimentar estradas que cortam suas fazendas no interior do Maranhão.
Nada disso impediu que o representante do centrão tivesse assento garantido na administração federal.
Com exceção dos bens omitidos, não custava ao RH do governo Lula ter levantado algumas informações básicas sobre o currículo de seu ministro das Comunicações.
Agora o estrago está feito.
A dúvida hoje não é sobre as razões que o levaram ao posto. É por que ele ainda segue lá.