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Pernambucana Carol Santiago se consagra “Atleta do Ano” na segunda noite do Prêmio Paralímpicos Atleta foi coroada ao lado de Yelstin Jacques, do atletismo

 Pernambucana Carol Santiago se consagra “Atleta do Ano” na segunda noite do Prêmio Paralímpicos Atleta foi coroada ao lado de Yelstin Jacques, do atletismo
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A segunda noite do Prêmio Paralímpicos, realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e que homenageia os destaques do paradesporto brasileiro, coroou a temporada de Yelstin Jacques e Maria Carolina Santiago. Nesta quarta-feira (9), o velocista e a nadadora, campeões nos Jogos de Tóquio (Japão), foram eleitos os melhores atletas paralímpicos do país em 2021. Na terça-feira (8), eles haviam vencido as disputas nas respectivas modalidades (atletismo e natação).

“É uma honra receber esse prêmio, que eu queria dedicar a cada atleta, a cada atleta-guia que nos acompanha, a cada tapper [profissional que auxilia os nadadores cegos nas provas]. Dedicar também à minha família, esposa, que me ajuda, faz papel de guia e me acompanha nos treinos”, celebrou Yelstin, que foi duas vezes ao topo do pódio da classe T11 (cegos) em Tóquio, nos cinco mil e nos 1,5 mil metros (m), prova na qual quebrou o recorde mundial e obteve o centésimo ouro paralímpico do Brasil.

“Que noite incrível! Estou muito feliz. Queria agradecer a Deus pela minha história e dedicar esse troféu aos meus pais, que sempre me incentivaram desde criança, acompanharam desde criança. Eles são os grandes responsáveis por quem sou hoje. Agradecer à minha comissão técnica, ao meu clube, Grêmio Náutico União [de Porto Alegre]. É um trabalho conjunto, diário, de entrega. Eu tive os melhores profissionais ao lado”, disse a nadadora Maria Carolina Santiago, campeã paralímpica nos 50 e cem metros livre e nos 50 m peito na classe S12 (baixa visão).

Carol ainda concorreu ao prêmio Atleta da Galera, em votação on-line que terminou durante a cerimônia desta quarta, mas Thalita Simplício levou a melhor. A velocista da classe T11 obteve 39% da preferência do público, também superando a concorrência do nadador Gabriel Araújo, da lançadora Beth Gomes e do arremessador Thiago Paulino.

“Estou muito surpresa! Concorri com pessoas que estão há tempo no esporte paralímpico. Será um sonho ou verdade? [risos]. Esse troféu é nosso!”, comemorou Thalita, prata nos cem e nos 200 m na capital japonesa.

Gabrielzinho e Beth também saíram premiados. O nadador, que conquistou dois ouros na classe S2 (deficiência físico-motora) em Tóquio, foi eleito a revelação do paradesporto brasileiro. A lançadora, campeã da classe F52 (cadeirantes sem controle de tronco), ganhou o Prêmio Braskem, que homenageia o atleta que se destacou por um comportamento exemplar e inspirador, oferecido por um patrocinador da seleção de atletismo paralímpico.

“Fico muito feliz de tão novo, com 19 anos, conquistar as medalhas e esse prêmio. Agradeço àqueles que torceram por mim, que deram oportunidade. Tenho uma recordação muito especial, que foi o dia no qual o Comitê abriu um camping para atletas de classes baixas [as de maior comprometimento físico-motor] e foi ali que tive a certeza de que queria ser atleta”, disse Gabriel, vencedor em Tóquio nos 200 m livre e nos 50 m costas.

“É um momento incrível da minha vida. Quero agradecer à família, aos amigos e ao CPB, que me deu a oportunidade de continuar no esporte e alcançar os feitos. Quero agradecer também à minha treinadora [Roseane Farias], pois sem ela não estaria aqui. Não sei o que a esclerose múltipla pode trazer, então, a cada dia, agradeço a Deus por falar, ver e respirar”, comentou Beth.

A cerimônia ainda teve homenagens aos ex-nadadores Daniel Dias e André Brasil. O primeiro encerrou a carreira após os Jogos de Tóquio, com 27 medalhas paralímpicas conquistadas, sendo 14 de ouro. O segundo, que foi 14 vezes ao pódio em Paralimpíadas, foi considerado inelegível para o movimento paralímpico após uma polêmica reclassificação funcional (processo que define a categoria na qual o atleta competirá) em 2019.

“Só tenho a agradecer ao movimento paralímpico por ter feito parte dessa história, conquistado medalhas. Que bom ser brasileiro, poder ver o Gabrielzinho dançando aqui e no pódio da natação. A gente pode continuar a fazer história, ficar entre os cinco melhores do mundo [no quadro de medalhas]”, declarou Daniel.

“Vocês me pegaram de surpresa [risos]. Existe vida após o esporte. Acho que só tenho a agradecer. Isso [prêmio] só reflete o quanto é gostoso fazer parte de algo que faz diferença para tanta gente. Que o esporte possa ser, de fato, ferramenta [de transformação], como a gente quer e sempre fez”, disse André.

Os melhores técnicos de 2021 também foram premiados. Entre as modalidades individuais, o ganhador foi Leonardo Tomasello, da natação, que encerrou os Jogos de Tóquio com o melhor desempenho na história: foram 23 medalhas, sendo oito de ouro, conquistadas por cinco atletas diferentes. Nos esportes coletivos, a vitória foi de Alessandro Tosim, que conduziu a seleção masculina de goalball ao inédito título paralímpico no Japão.

Outros quatro prêmios foram entregues nesta quarta. O Aldo Miccolis, destinado a pessoas ou instituições que contribuíram com o paradesporto, foi para Alberto Martins, diretor-técnico do CPB e chefe da delegação do país em Tóquio. A Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) ganhou o Prêmio Caixa, voltado a entidades cujas modalidades brilharam nos Jogos. O coordenador médico do Comitê, Roberto Vital, recebeu o troféu Memória Paralímpica. Já Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, foi eleito a Personalidade Paralímpica.

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