Pandemia em Manaus: comparativo entre primeiro e segundo surtos de Covid-19 mostra situação alarmante
Por G1 — São Paulo
Manaus está em colapso com o avanço dos casos de Covid-19: as internações e os enterros bateram recordes, as unidades de saúde ficaram sem oxigênio e pacientes estão sendo enviados para outros estados. Lotados, os cemitérios precisaram instalar câmaras frigoríficas.
A situação é pior do que a registrada no auge da pandemia em abril e maio do ano passado, como mostram os dados levantados pelo G1.
Até esta sexta (15), mais de 226 mil pessoas foram infectadas pela Covid em todo o estado, e mais de 6 mil morreram. O boletim atualizado apontou que mais de 1,7 mil pessoas com Covid estavam hospitalizadas.
Veja os destaques da comparação:
- O Amazonas registrou 3.816 novos casos de Covid-19 nesta quinta-feira (14), sendo 2.516 somente em Manaus. Foi o maior número de novos casos registrados no estado e na capital amazonense desde o início da pandemia, em março de 2020
- O número de mortes ainda não bateu o recorde, porém. Em todo o estado do Amazonas, o recorde de mortes em um dia foi de 102 no dia 6 de maio. No dia 6 de janeiro foi o recorde desse ano, com 86 mortes
- No dia 9 de maio, a média móvel de mortes por dia era de 66 casos. Nesta quinta-feira (14), era de 55
- No dia 29 de maio, a média móvel de novos casos por dia era de 1.696. Nesta quinta-feira (14), esse número atingiu seu pico com 2.080 casos por dia
- Todo o mês de abril de 2020 teve 2.128 novas internações. Esse número foi ultrapassado de 1º a 12 de janeiro, com 2.221 novas internações
- A ocupação de leitos chegou a 96% no dia 23 de abril. Por causa da expansão no número de leitos, nesta sexta-feira (15), a taxa é menor, de 90,5%, de acordo com a Secretaria Estado de Saúde do Amazonas. No entanto, o maior pronto-socorro do Amazonas, o HPS 28 de Agosto, está superlotado e parou de receber novos pacientes por volta de 13h. O Hospital Delphina Aziz, referência para tratamento de casos de Covid, também anunciou superlotação. Por conta disso, o Exército começou a montar uma enfermaria de campanha, com 60 leitos, na área externa da unidade
- Fora da pandemia, a demanda por oxigênio é, em média, de 10 mil metros cúbicos por dia. Em abril e maio de 2020, a demanda quase triplicou para 28 mil metros cúbicos por dia. Agora a demanda é de 70 mil metros cúbicos por dia, de acordo com Igor da Silva Spindola, procurador da República do Amazonas
- No dia 26 de abril foram registrados 140 sepultamentos e duas cremações. Era o recorde até então, o que causou controvérsias ao serem adotadas valas coletivas. Nesta sexta-feira (15), foram registrados 213 enterros. Desta vez, porém, a Prefeitura disse que Manaus não voltará a ter enterros em valas comuns diante do aumento de sepultamentos