Lula pressiona ministros por aumento na propaganda dos feitos presidenciais às vésperas dos 100 dias de governo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a pressionar seus ministros no início desta semana para que seus comandados acelerem suas entregas e que ampliem a divulgação dos principais feitos do Planalto. A cobrança ocorre a uma semana de seu terceiro mandato à frente da presidência complete 100 dias – o que ocorrerá na próxima segunda-feira, 10. Hoje, em reunião com auxiliares da área produtiva e industrial, o petista afirmou que as informações sobre a atuação das pastas não estão chegando à população e que este é um indicativo de que é necessário aumentar a divulgação dos feitos dos ministérios. O início da reunião teve transmissão da TV Brasil e, nela, Lula informou que fará uma avaliação dos 100 dias de governo e que planeja o anúncio do que a gestão petista fará à partir de então.
“Na próxima segunda-feira, ao fazer avaliação dos cem dias, vamos ter que anunciar o que a gente vai fazer para frente, porque os cem dias vão fazer parte do passado. A gente vai ter que discutir o que fazer do ponto de vista do investimento na área industrial agrícola, o que a gente vai fazer na área de ciência e tecnologia”, disse o mandatário antes de avaliar que seu governo se ocupou neste início de ano em reconstruir programas sociais que sofreram desmonte durante a gestão anterior – do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – como o Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família.
Há a expectativa de que seja anunciado no evento de 100 dias de governo uma reedição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A medida já havia sido solicitada por Lula em outra reunião, em que o petista pediu para o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), após o chefe do Executivo solicitar um novo nome para o programa a fim de mostrar que o governo está “inovando”. O pedido para que os ministros aumentem a publicidade do governo coincide com a pesquisa Datafolha que apontou uma reprovação de 29% da população com a condução do governo nos três primeiros meses.
A taxa marca uma piora em comparação com suas duas outras passagens pelo Planalto. Nos primeiros 90 dias do governo em 2003, Lula tinha apenas 10% de reprovação e, em 2007, a avaliação negativa era de 14%.