Governadores do Nordeste atacam Governo Federal e dizem que projeto que reduz ICMS é ineficaz Consórcio se reuniu nesta quinta em Natal (RN) e contou com seis dos nove Estados nordestinos
O Consórcio de Governadores do Nordeste atacou o Governo Federal e definiu como ineficaz o Projeto de Lei 18/2022, recém-aprovado, e que reduz a arrecadação de ICMS sobre combustíveis, telecomunicações e energia. Participaram do encontro quatro governadores (Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte), a vice de Sergipe e o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, que assumiu interinamente o Executivo estadual. Apenas os governadores de Alagoas, Bahia e Ceará não compareceram. O encontro aconteceu em Natal, no mesmo dia da visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital potiguar.
“Tal medida é ineficaz e revela a preocupação de manter os altos lucros da Petrobras e o rendimento de seus acionistas, permitindo assim, a continuidade do sucateamento dos ativos de refino. É importante dizer que a principal responsável pelos preços dos combustíveis é a atual política de paridade de preços de importação, sobre a qual nenhum governador tem capacidade de intervenção”, registra a Carta Natal, assinada pelo governador Paulo Câmara (PSB), que preside o Consórcio desde o início do ano.
A carta ressalta também que se o projeto for sancionado, “haverá prejuízo imediato, para o Nordeste, de R$ 17,2 bilhões, afetando, principalmente, saúde, educação, cultura, segurança pública e assistência social”.
Participaram do encontro, além de Paulo Câmara, as governadoras do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) e do Piauí, Regina Sousa (PT) e o governador da Paraíba, João Azevêdo Lins (PSB). Também estiveram na reunião a vice-governadora de Sergipe, Eliane Aquino (PT) e o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, Paulo Sérgio Velten. O ex-governador Flávio Dino disputa uma vaga ao Senado e o vice, Carlos Brandão, que assumiu o Executivo, está licenciado por causa de uma cirurgia.