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Estudantes criam reagente que identifica droga em bebidas em segundos

 Estudantes criam reagente que identifica droga em bebidas em segundos
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Quatro alunas da Escola de Ensino Médio Albino Marques Gomes, em Gravataí (RS), desenvolveram um reagente químico que pode identificar, em questão de segundos, a presença, em bebidas, do ácido gama-hidroxibutírico (GHB), conhecido popularmente como “boa noite Cinderela”, ou “droga do estupro”. indicada para tratamento das dificuldades de atenção e concentração, déficit de memória e dificuldade de aprendizagem, a droga é largamente usada por criminosos para dopar, roubar e até mesmo matar suas vítimas, principalmente em festas noturnas.
As pesquisas estão sendo desenvolvidas pelas estudantes do segundo ano do ensino médio Giovanna Moraes, Giovanna Freitas, Nicolle Marques, 17 anos, e Natally Souza, 16, movidas pelo crescente número de casos de violência contra mulheres e homossexuais veiculados na mídia. A meta, segundo elas, é tornar a invenção acessível à população. Segundo Giovanna Moraes, o custo final deve oscilar entre R$ 15 e R$ 20.
A estudante conta que tudo começou com um desafio proposto aos alunos do ensino médio, de criar um conceito inovador na área de matemática. “Já tínhamos a ideia de produzir um produto para identificar o ‘boa noite Cinderela’ nas bebidas. Partimos, então, para os custos que envolveriam a formação de uma empresa, produção e marketing, e chegamos ao total de R$ 100 mil”, disse.
O trabalho das alunas chamou a atenção do professor de química Rafael Abruzzi, que se prontificou a ser o orientador da pesquisa. “Para nós também foi um grande desafio. Por mais que estejamos acostumados a trabalhar com projetos de pesquisa, nunca havíamos abordado o tema das drogas”, conta, revelando que o próximo passo é iniciar os testes na prática.
Segundo Abruzzi, laboratórios já manifestaram interesse em participar do projeto, testando reagentes químicos que não sejam tóxicos. “Precisamos desse apoio. Inclusive, já temos visitas agendadas”, afirma, adiantando que os testes em indústrias químicas devem ser iniciados em janeiro do próximo ano.
A ideia, ainda de acordo com o professor, é avaliar a eficácia do produto não apenas em copos, mas também em adesivos que possam ser colados no interior ou na base desses recipientes, como forma de não despertar a atenção dos bandidos.
Giovanna Moraes pontua que o reagente pesquisado por ela e suas colegas identifica somente o GHB, também conhecido como êxtase líquido e que, por ser mais barato, é mais utilizado contra as vítimas, que chegam a ficar desacordadas por até 2 horas e, depois desse período, dificilmente é detectado no organismo.
“É uma droga de fácil acesso e que causa euforia e também sonolência, além de náusea, vômito e desmaio. Mas há outras que também podem ser compradas facilmente em farmácia e sem receita médica e que surtem o mesmo efeito, como colírios e antialérgicos”, diz a aluna, que pretende se graduar e fazer especialização em química.
A diretora da escola, Graziela Bianca Vicentim, disse que a repercussão da pesquisa deve incentivar os demais alunos a desenvolverem projetos de pesquisa inovadores. “O mais importante nesse processo é mostrar o quanto a escola incentiva e potencializa a pesquisa e que a ciência é importante na vida de todos”, afirma. A unidade de ensino é ligada ao Serviço Social da Indústria (Sesi), funciona desde 2017 e atende a 310 alunos do ensino médio.

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