Estado de saúde de Lula: médico explica cirurgia realizada no presidente
Neurologista explica cirurgia de Lula, riscos de nova hemorragia e restrições, como a proibição de viagens de avião após a craniotomia
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Maria Letícia Menezes
A hemorragia cerebral enfrentada pelo presidente Lula, decorrente de um acidente doméstico em outubro, foi abordada pelo médico neurologista João Gabriel Ribeiro em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta terça-feira (10).
O especialista esclareceu aspectos sobre o tratamento, possíveis complicações e restrições impostas ao presidente após o procedimento cirúrgico.
Entenda a cirurgia cerebral realizada por Lula
De acordo com o neurologista, existem dois tipos principais de cirurgias cerebrais para tratar hemorragias:
- 1.Trepanação: procedimento menos invasivo, no qual é feito um pequeno furo no crânio para drenagem do hematoma;
- 2. Craniotomia: método mais complexo. “É feita uma incisão maior, retira-se um pedaço da calota craniana, drena-se o sangramento e a calota é colocada de volta”, explicou o médico.
O especialista destacou que a craniotomia, apesar de mais invasiva, reduz o risco de retorno do sangramento, que pode ocorrer em cerca de 10% a 20% dos casos.
Em coletiva de imprensa, a equipe médica responsável pelo presidente informou que o procedimento realizado em Lula foi a trepanação e que não há sequelas da cirurgia.
Restrições e cuidados após a cirurgia
João Gabriel também esclareceu sobre a proibição de viagens de avião para pacientes que passam por cirurgias cerebrais
“O Conselho Federal de Medicina recomenda que, após craniotomia, não se deve viajar de avião nos primeiros sete dias. Isso ocorre porque pode ficar ar na região operada, e, em altas altitudes, esse ar pode expandir e causar sintomas.”
O médico acrescentou que o retorno às viagens aéreas só é permitido após completa cicatrização e realização de exames de acompanhamento.
Outro ponto abordado foi a relação entre os sintomas e o volume do sangramento cerebral. “Se o sangramento é grande, a dor de cabeça tende a ser mais intensa e não cede a analgésicos comuns.”