“Dedos de Covid” pode ser reação do sistema imunológico ao coronavírus, diz estudo
Por Portal Folha de PernambucoUma doença de pele conhecida como “dedos de Covid” pode ser um efeito colateral da resposta do próprio sistema imunológico ao coronavírus Sars-CoV-2, concluiu estudo publicado no períodico científico British Journal of Dermatology, na última terça-feira (5).
De acordo com a pesquisa, os sintomas resultam em inflamação semelhante à provocada pela frieira e uma vermelhidão ou roxidão nos dedos das mãos e dos pés. O estudo indica que essas condições podem durar até meses.
Os “dedos de Covid” podem se desenvolver de uma a quatro semanas após a infecção pelo vírus. Os pesquisadores examinaram 50 participantes com o quadro e 13 com lesões de frieira semelhantes que surgiram antes da pandemia.
Os “dedos de Covid” podem acometer pessoas de qualquer idade, mas afetam, geralmente, crianças e adolescentes.
Em algumas pessoas, diz o estudo, a reação não causa dores, mas, em outras, a erupção pode gerar coceira, dor extrema, bolhas e inchaço dos dedos de mãos e pés.
As células que revestem os vasos sanguíneos também parecem desempenhar um papel crítico no desenvolvimento dos “dedos de Covid” e frieiras.
De acordo com reportagem da BBC, algumas pessoas relatam até mesmo terem ficado impossibilitadas de usar calçados fechados, como sapatos.
Um outro detalhe percebido pelos pesquisadores no estudo é que quem tem os “dedos de Covid” não costuma apresentar demais sintomas clássicos da doença, como febre, tosse contínua e perda de olfato e paladar.
Segundo especialistas, os dedos voltam à sua condição normal, geralmente, sem a necessidade do uso de medicamentos.
Os dermatologistas apontam que, embora esse tipo de lesão tenha sido bastante frequente na primeira onda da pandemia, parece ser menor com a variante delta. O aumento de pessoas imunizadas também pode explicar esse cenário.
Com os resultados, os cientistas esperam ajudar pacientes e médicos a entenderem melhor a situação e procurar tratamentos efetivos.