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Coqueluche em Pernambuco: em meio à alerta mundial, Pernambuco confirma os 6 primeiros casos de 2024; 5 são bebês

 Coqueluche em Pernambuco: em meio à alerta mundial, Pernambuco confirma os 6 primeiros casos de 2024; 5 são bebês
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Em Pernambuco, até 8 de junho, houve registro de 65 notificações, das quais 6 foram encerradas como “confirmados clínicos”: 5 são menores de 1 ano

Cadastrado porCinthya Leite

Tosse seca, febre e cansaço são alguns dos sintomas da coqueluche, que podem levar a complicações, como pneumonia, desidratação e paradas respiratórias. A doença infecciosa, de alta transmissibilidade, tem feito surtos pelo mundo e em alguns Estados brasileiros. Em meio a esse cenário, Pernambuco confirma os primeiros seis casos de coqueluche de 2024: cinco são crianças menores de 1 ano e um tem menos de 5 anos. Todos são de moradores do Recife.

“A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informa que, até a semana epidemiológica 23 (até 8 de junho) de 2024, foram notificados 65 casos prováveis de coqueluche, dos quais seis foram confirmados por critérios clínicos, todos na Região Metropolitana do Recife (RMR).”

“A SES-PE reforça que, até o momento, não há casos, no Estado, confirmados laboratorialmente. Outras 45 notificações deste ano foram descartadas, enquanto 14 seguem em investigação.”

De acordo com o médico infectologista da SES-PE Bruno Ishigami, a confirmação clínica por coqueluche tem menor peso do que a laboratorial. Mas não deve ser desconsiderada nesse cenário de aumento de casos em todo o mundo e em parte do Brasil.

“Se há mais casos no País, é esperado que aqui, em Pernambuco, também tenhamos esse aumento. Mas, em paralelo, precisamos trabalhar a adesão da população à vacinação (coqueluche é uma doença prevenida pela imunização). Em paralelo, também estamos conversando com pediatras para que possam fazer capacitações com profissionais de saúde”, diz Bruno Ishigami.

Na nota técnica, a SES-PE destaca que a coqueluche ainda representa um importante problema de saúde pública. “O grupo mais vulnerável ao adoecimento e mortalidade é o dos menores de 1 ano de vida, e a concentração da maioria dos casos e óbitos em menores de 6 meses de idade – grupo que ainda não completou o esquema vacinal primário com as três doses da vacina pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses de vida).”

Diante desse alerta, a SES-PE recomenda a unidades de saúde e gestores:

  • Sensibilizar os profissionais de saúde da assistência para a identificação precoce de casos suspeitos de coqueluche, notificação imediata, isolamento e tratamento;
  • Realizar a coleta de secreção de nasofaringe para a análise da cultura e/ou PCR, seguindo os
    procedimentos preconizados pelo Lacen-PE, quanto à coleta, ao transporte e ao acondicionamento do material clínico;
  • Realizar a quimioprofilaxia nos comunicantes dos casos suspeitos quando indicado, independentemente do resultado laboratorial;
  • Avaliar rotineiramente as coberturas vacinais;
  • Intensificar a vacinação com a vacina penta e DTP de acordo com a situação vacinal encontrada em crianças menores de 7 anos;
  • Vacinar todas as gestantes (preferencialmente no 3º trimestre e em toda gestação) ou puérperas com a vacina do tipo adulto (dTpa), conforme esquema vacinal específico para esta população.

SURTO DE COQUELUCHE NO BRASIL

A última vez que o Brasil teve um surto de coqueluche foi em 2014. Mas, diante do cenário mundial, o governo brasileiro também divulgou uma nota técnica com recomendações de fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica da doença no Brasil.

Entre as ações, a pasta inclui alerta aos profissionais de saúde da área assistencial, investigação de contatos de casos confirmados, oferta de tratamento oportuno, além de ampliação do uso da vacina dTpa para profissionais de saúde que atuam em atendimentos de ginecologia, obstetrícia, pediatria, além de doulas e trabalhadores de berçários e creches com crianças até 4 anos.

As vacinas contra coqueluche estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização é administrada com a pentavalente, esquema vacinal composto por três doses (aos 2, 4 e 6 meses de vida), seguidas de reforços com a vacina DTP aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

O SUS disponibiliza ainda a vacinação de gestantes, puérperas e de profissionais da área da saúde com a dTpa (tríplice bacteriana acelular)

A cobertura da dTpa, foi de apenas 75% em 2023 (a meta para essa imunização é de 95%). Ou seja, cerca de 20% do público-alvo estão desprotegidos. Essa é uma vacina que deve ser tomada em todas as gestações, justamente para proteger os recém-nascidos da coqueluche. O imunizante também dá proteção à gestante e ao bebê contra o tétano e a difteria. Muitas mulheres grávidas, no entanto, não estão se vacinando.

Dados nacionais de 2019 a 2024 mostram que as crianças menores de um ano de vida representaram mais de 52% dos casos de coqueluche. Em seguida crianças entre 1 e 4 anos, com cerca de 22%.

Essa é uma doença de notificação compulsória. Foram registrados 3,1 mil casos de coqueluche em 2015 no País. De lá pra cá, observou-se uma diminuição do número de casos confirmados: em 2023, foram 214 casos e, até abril de 2024, foram 31.

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