Câmara diz que pôs BNB à disposição de Pernambuco por duas vezes, mas que Raquel Lyra não o procurou
O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, informou ontem que já se colocou à disposição do Governo do Estado por duas vezes para tratar de assuntos de interesse de Pernambuco, mas até agora não foi procurado pela governadora Raquel Lyra (PSDB).
A aproximação da gestora com o banco é fundamental para o fomento da economia local, através do financiamento do setor produtivo. Além disso, existem estudos em andamento para que a instituição volte a conceder crédito aos estados para a construção de obras importantes. Câmara participou ontem de um café da manhã com empresários promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de Pernambuco (Ciepe), na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).
O gestor afirmou que desde que assumiu o banco vem fazendo um “processo de aproximação” com todos os atores econômicos e que isso não é diferente em relação a Pernambuco.
“Tão logo assumimos, entramos em contato com o Governo e estamos aguardando retorno”, explicou, ao falar sobre a possiblidade de debater pautas prioritárias para o Estado com Raquel.
“A partir do momento que o Governo quiser conversar, nos colocamos à disposição a qualquer dia e a qualquer horário. Nosso intuito é estar muito presente junto aos estados nordestinos e aos municípios do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo”, explicou, referindo-se à área de atuação do BNB.
Acesso ao crédito
Durante a conversa com o setor industrial, o ex-governador foi questionado sobre a real situação financeira do Estado quando ele deixou o cargo, diante das constantes acusações feitas por Raquel. “Tenho muita convicção de que o nosso trabalho foi feito para deixar o Estado em uma condição que nunca ocorreu. Se formos olhar os números de 31 de dezembro de 2022, foi o melhor dos últimos 30 anos”, ressaltou.
“Pernambuco tem hoje uma capacidade de acesso ao crédito e de investimento que nunca teve. No ano passado, investimos R$ 4 bilhões, um recorde na história depois de anos de muito sofrimento. Quem acompanhou, viu o que aconteceu após 2015”, disse, lembrando das crises econômicas e da pandemia.
Segundo ele, o Estado fez todo o esforço para ter acesso aos R$ 4 bilhões e deixar R$ 3 bilhões em empréstimos autorizados junto ao Governo Federal para novos investimentos e operações de crédito. Mas ele reforçou a necessidade da atual gestão apresentar os projetos e conversar com as instituições de concessão de crédito, principalmente o Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“A forma que deixamos o Estado, do ponto de vista econômico, é muito positiva: menor nível de endividamento, de comprometimento da receita com a folha de pagamento, maior capacidade de investimentos da história. Esperamos que as oportunidades – que nós não tivemos nos últimos 8 anos – sejam aproveitadas para o Governo ter um investimento sustentável e não só em um ano”.