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Câmara adia votação de urgência para projeto que legaliza jogos A proposta debatida é de 1991 e cria o Marco Regulatório dos Jogos

 Câmara adia votação de urgência para projeto que legaliza jogos A proposta debatida é de 1991 e cria o Marco Regulatório dos Jogos
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Após pressão da bancada evangélica, a Câmara dos Deputados adiou a votação de requerimento que acelerava a tramitação da proposta que legaliza os jogos de azar no Brasil.

Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluiu na pauta o pedido de urgência que, se aprovado, deixaria o texto pronto para ser votado em plenário a qualquer momento. A iniciativa causou insatisfação entre evangélicos, que são contra a ideia.

— Quero informar aos coordenadores da bancada evangélica que essa matéria não irá à pauta hoje — anunciou o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), que comanda a sessão iniciada às 18h.

Desde outubro, deputados mantêm encontros e reuniões fechadas para fazer passar na Câmara o projeto que permite a reabertura dos cassinos, a legalização dos bingos e outras modalidades como jogo do bicho.

A proposta, debatida por um grupo de trabalho (GT) criado por Arthur Lira, é de 1991 e cria o Marco Regulatório dos Jogos. Nas reuniões, os deputados tentaram criar estratégias para convencer a bancada evangélica e alas da esquerda, contrários aos jogos.

Presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP) disse mais cedo ao Globo que iria “obstruir” a pauta da Câmara.

— Eu, como líder da frente, tenho que me organizar para isso não passar. Eu deixei claro ao presidente Arthur Lira que essa era uma pauta que não dava para votar de forma alguma. Disse que obstruiria se fosse para votação. O Brasil não está preparado para esse tipo de situação. Temos grande parte da população pobre e outra parte aposentada. Há estudos que mostram que os mais idosos são os grandes prejudicados pelo vício. E é um caminho que pode levar os jovens, inclusive, para as drogas — disse o parlamentar.

No fim da tarde, diante da possibilidade de que o plenário fosse paralisado, Marcelo Ramos anunciou que retiraria o pedido de urgência da pauta.

Nas últimas semanas, Lira andou fazendo uma rodada de conversa com as bancadas temáticas para saber quais projetos de lei elas queriam levar ao plenário o mais rápido possível.

Dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica, Lira ouviu que a prioridade era barrar essa iniciativa. Pouco se falou sobre o amplo leque de propostas da agenda de costumes, a não ser esse tema.

Integrante da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) também disse mais cedo que Lira descumpriu o combinado ao pautar o requerimento de urgência.

— Vamos trabalhar para derrubar (o requerimento de urgência) ou conscientizar o Arthur (Lira) para retirar (de pauta). Se não retirar, nós vamos fazer obstrução da pauta da Câmara. Ele descumpriu o que falou para gente, em reunião com 70 convidados. Ele falou que, se pautasse, seria em comum acordo — disse Sóstenes.

Para os parlamentares evangélicos, os jogos de azar são vistos como uma “abominação” que pode trazer maldição à nação.

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