A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), em discurso no ato de relançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, no início da noite desta quarta-feira (22), realizado no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, enfrentou resistência por parte da militância do Partido dos Trabalhadores (PT) e sindicatos de categorias ligadas a profissionais da educação e enfermagem.
Convidada pelo cerimonial do Palácio do Planalto para discursar para o público presente, Raquel se deparou com uma plateia que não escondeu a insatisfação com a tucana por ter adotado posição de neutralidade no segundo turno das eleições, em 2022, e se abstido de declarar apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apoiadores de Lula viraram as costas para a governadora e gritaram palavras de ordem cobrando abertura de um canal de diálogo, por parte do governo estadual, com setores da educação e da saúde que reivindicam regularização no pagamento de salários e a implementação do piso da categoria da enfermagem.
Apesar de aparente firmeza e sem demonstrar desconforto perante à situação, ao final do discurso, Raquel fez questão de esboçar reação.
‘Entendo as cobranças que recaem sob o nosso governo, e que são legítimas, apesar de herdadas [da gestão anterior, do PSB], mas garanto que iremos trabalhar incansavelmente por cada pernambucana e pernambucano, até por aqueles que, nesse momento, nos dão as costas e nos vaiam’, pontuou a gestora.
Defesa
O presidente Lula saiu em defesa da governadora Raquel Lyra. O aparte desagradou o público presente à solenidade que, desde o início da fala do petista até o final do discurso, foi alvo de vaias e ‘apitaços’.
‘Quando a gente convidar alguém pra nossa casa, e, nesse caso, o dono da casa sou eu, fiquem à vontade para me vaiar o quanto quiserem, mas respeitem os meus convidados’, disse Lula em tom de desaprovação.